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Por Ana Carolina Amaral
Folha de S. Paulo
23 de setembro de 2020
Amazônia brasileira
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Propriedades rurais de médio e grande porte respondem por 72% dos focos de calor ocorridos em 2019 nos quatro maiores ‘hotspots’ (áreas críticas) da Amazônia.
A conclusão é do projeto Cortina de Fumaça, lançado nesta quarta-feira (23) pela Ambiental Media em parceria com o Pulitzer Center.
Grandes e médias fazendas respondem por 72% do fogo nos 4 maiores hotspots da Amazônia. (Imagem: Laura Kurtzberg/Ambiental Media)
O trabalho cruzou dados oficiais públicos de desmatamento e queimadas, monitorados pelo Inpe, com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que reúne declarações de proprietários rurais sobre a área de seus imóveis.
Os quatro maiores ‘hotspots’ do desmatamento – Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO) e Lábrea (AM) – foram responsáveis por 17,5% do desmatamento na Amazônia Legal ocorrido entre agosto de 2018 e julho de 2019. Eles também encabeçam a lista dos municípios com mais focos de calor no ano de 2019, segundo o Banco de Dados de Queimadas do Inpe.
Mapa sobrepõe dados e mostra coincidência de municípios com mais desmatamento (escala do preto ao branco) e queimadas (escala do preto ao vermelho). (Imagem: Laura Kurtzberg/Ambiental Media)
A abordagem dos municípios no topo dos rankings do desmatamento e de queimadas mostra uma concentração dessas atividades em grandes propriedades, diferentemente do que apontou o presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU na terça-feira (22), ao culpar índios e caboclos pelas queimadas na Amazônia.
Quando considerada toda a Amazônia Legal, as parcelas de responsabilidade pelas queimadas ficam mais distribuídas: 50% das queimadas aconteceram em fazendas médias e grandes no primeiro semestre de 2020 e apenas 10% em pequenas propriedades, segundo nota técnica do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).
Assentamentos rurais e terras indígenas respondem, respectivamente, por 11% e 12% das queimadas nesse período, enquanto outros 8% dos focos de calor ocorrem em terras públicas não destinadas, o que sinaliza grilagem.
“Esses números demonstram como o fogo é ainda amplamente utilizado no manejo de pastos e áreas agrícolas, independentemente do tamanho do imóvel ou do lote”, diz a nota do Ipam.
O cruzamento de dados do Inpe também mostra, através de mapas de desmatamento e queimadas, a sobreposição da ocorrência de focos de calor nas mesmas áreas que sofreram desmate.
Os mapas confirmam a relação das queimadas com o ciclo de desmatamento, em que o fogo é usado para queimar a vegetação derrubada, liberando o terreno desmatado.
Áreas desmatadas em 2018-19 coincidem com focos de queimadas em 2019. (Imagem: Laura Kurtzberg/Ambiental Media)
Segundo nota técnica do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), a proporção do fogo ligado a desmatamento mais que dobrou no último ano, chegando a responder por 34% das causas de focos de calor, em relação aos anos de 2016 e 2017, quando era 15% do total.
Ainda em 2019, as atividades agropecuárias responderam por 36% dos focos de calor registrados. Já os incêndios florestais – que no bioma amazônico são causados pela expansão do fogo vindo do desmatamento ou da agropecuária – responderam por 30% da área queimada no período.
Fonte: https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2020/09/23/grandes-fazendas-concentraram-72-do-fogo-de-hotspots-da-amazonia-em-2019/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_separator color=”mulled_wine” border_width=”3″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
Leia a reportagem especial completa aqui:
CORTINA DE FUMAÇA: Uma análise detalhada dos dados de fogo e desmatamento na Amazônia revela a intrínseca relação entre os dois fenômenos nos últimos dois anos
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