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Por Ana Carolina Amaral
27 de janeiro de 2020
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]A degradação – e não o desmatamento – é a maior responsável pelas emissões de carbono de terras indígenas e áreas protegidas de sete países amazônicos, segundo artigo publicado nesta segunda (27) na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Mais de 75% das perdas de estoques de carbono em áreas protegidas e terras indígenas da Amazônia foram causados por degradação, ou seja, a retirada seletiva de algumas espécies de árvores.
Menos visível que o desmatamento – que retira a cobertura vegetal, abrindo clareiras – a degradação torna regiões de floresta mais vulneráveis a queimadas e distúrbios naturais, além de diminuir a densidade de carbono florestal.
Entre 2003 e 2016, terras indígenas e áreas protegidas armazenaram 58% do carbono acima do solo (que fica principalmente no tronco das árvores) da Amazônia. Ainda assim, as mesmas áreas foram responsáveis por 10% da variação líquida negativa de carbono. O lançamento de carbono na atmosfera é a principal causa do aquecimento global.
A pesquisa foi conduzida por entidades de seis países amazônicos (Bolívia, Brasil,Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) reunidas na Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG), juntamente ao centro de pesquisa Woods Hole Research Institute e ao Environmental Defense Fund (EDF), localizados nos Estados Unidos, e ainda à Coica (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia) e ao Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).
Por conta das perdas levemente superiores aos ganhos nos estoques de carbono, o estudo dá um lembrete: “nem todas as áreas classificadas como ‘floresta’ são necessariamente repositórios de carbono sólidos ou eficazes”.
“A gente sempre imagina que o desmatamento é a grande causa da perda de carbono, mas nas áreas protegidas a degradação é maior que o desmatamento. Embora a proporção seja menor [do que as emissões de carbono em outras áreas da Amazônia], a gente precisa pensar em políticas sobre degradação”, diz Cícero Augusto, pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA) e co-autor do estudo.
Augusto aponta que o acesso para a degradação acontece nas bordas das áreas protegidas e terras indígenas.
“A extração ilegal de recursos, as estiagens provocadas pelo clima e as queimadas provavelmente desempenham um papel de grande proporção [para a degradação]”, registra o artigo.
Ainda assim, a proporção das emissões de carbono é muito menor nas áreas protegidas e terras indígenas – 89% das emissões na Amazônia brasileira aconteceram foram dessas áreas até 2016.
O Brasil foi responsável por 72% das perdas de carbono na região amazônica entre 2003 e 2016, mas a conservação da floresta no conjunto dos países conseguiu compensar 60% dessas emissões.
Fonte: https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2020/01/27/degradacao-e-nao-desmatamento-retira-carbono-de-areas-protegidas-na-amazonia/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]