Sistema gratuito para monitorar florestas é anunciado por Noruega e empresa

Imagens de satélite que custaram dezenas milhões de reais aos cofres públicos estão agora disponíveis gratuitamente. A empresa Planet, a partir de um acordo com o governo da Noruega, irá disponibilizar, sem custos, suas imagens de alta definição para monitoramento de florestas tropicais, como a Amazônia.

O objetivo da parceria e da distribuição das imagens é ajudar no combate ao desmatamento nesses biomas. Qualquer pessoa pode acessar as imagens, atualizadas mensalmente, e, a partir de meados de outubro, haverá também análises disponíveis na plataforma da empresa.

Nova corrida do ouro movimenta o mercado de mercúrio em Roraima

Roraima não possui nenhuma mina de ouro legalizada, mas o Monumento ao Garimpeiro, uma estátua de sete metros de altura em sua capital, Boa Vista, deixa poucas dúvidas do entusiasmo local sobre o assunto.

A cada dia, frotas de carros, caminhões, barcos, pequenos aviões e até helicópteros transportam homens com suprimentos para a mineração de e para garimpos ilegais em reservas indígenas no estado. Alguns dos veículos carregam embalagens de mercúrio, a tóxica substância prateada usada pelos garimpeiros para o processamento do ouro.

“Não há Brasil sem os povos indígenas”. Entrevista especial com Kabaiwun Munduruku

Desde a divulgação da fatídica reunião ministerial de 22 de abril, a expressão “menino da porteira”, muito conhecida no Brasil devido a uma canção popular homônima, ganhou ares macabros quando Ricardo Salles disse que o momento da pandemia era para “passar a boiada”, referindo-se à flexibilização ainda maior da legislação ambiental. Recentemente, na primeira semana de agosto, Salles esteve na Terra Indígena Munduruku, no Pará, e mandou suspender as ações de combate ao garimpo ilegal.

“Não há nenhuma lei que permita o garimpo no território indígena e jamais permitiríamos. Há garimpo dentro da Mundurukânia, nas Terras Indígenas Munduruku e Sai Cinza”, explica Kabaiwun Munduruku, em entrevista concedida e gravada pela doutoranda em antropologia Rosamaria Loures, a partir das perguntas enviadas pela IHU On-Line. “Somos um povo com mais de 14 mil pessoas, divididas em 140 aldeias em diferentes regiões. Então queremos deixar claro e dizer que o povo Munduruku é, sim, contra o garimpo. Existem alguns indígenas, muito poucos, uma minoria, que são favoráveis ao garimpo”, complementa.

O que já era grave nas gestões anteriores, piorou com o atual governo federal, sobretudo com a intensificação das ameaças aos povos indígenas. “As mulheres Munduruku vêm sofrendo ameaças porque os garimpeiros não querem que façamos as denúncias. Nós tentamos avisar nossos parentes que o garimpo é errado, mas tem gente que não entende. Isso tudo piorou depois do governo Bolsonaro, que entrou no poder e começou a falar que os indígenas tinham ‘direito’ de garimpar; isso afetou muito a comunidade, trazendo muitas consequências ruins”, denuncia.

Em 14 dias do mês, Amazônia já tem mais queimadas que em todo setembro do ano passado

Os primeiros 14 dias de setembro deste ano já tiveram mais queimadas na Amazônia do que em todo o mês de setembro de 2019.

Até terça-feira (15), 20.485 focos de calor foram registrados no bioma pelo programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em todo o mês de setembro do ano passado foram 19.925 focos.

Em três dias do mês, foram registrados mais de 2.000 focos de calor em cada um deles e setembro está com uma média de 1.400 queimadas por dia.

Desmatamento e Covid-19 explodem em Terras Indígenas mais invadidas da Amazônia

Grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais não fazem home office. Na pandemia, as invasões às Terras Indígenas (TIs) cresceram exponencialmente, ampliando o risco e a disseminação da Covid-19 entre suas populações, sem que o governo agisse e sequer tenha um planejamento adequado para conter o problema, seis meses após o início da crise de saúde.

Nas TIs Trincheira-Bacajá, Kayapó e Mundurucu, no sudoeste do Pará, o desmatamento aumentou, respectivamente, 827%, 420% e 238%, entre março e julho. Elas estão no grupo das sete terras homologadas (com demarcação concluída) mais invadidas da Amazônia Legal, junto com as TIs Karipuna e Uru-Eu-Wau-Wau (RO), Araribóia (MA) e Yanomami (AM/RR). No período de chegada e crescimento da epidemia no país, foram destruídos 2,4 mil hectares de florestas nas sete áreas, o equivalente a 15 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Opinion: Priorities for governing large-scale infrastructure in the tropics

The G-20 predict that, at current rates, investment in new infrastructure will amount to $78.8 trillion by 2040 (1). As large as this number appears, the G-20 argue that this leaves an “infrastructure gap” of almost $15 trillion over the same period, hampering possibilities for economic growth. National, intergovernmental, and international bodies have prioritized investment in large-scale infrastructure as a central development strategy (2). The Chinese government’s Belt and Road Initiative, the South American Council for Infrastructure and Planning (COSIPLAN, formerly the Initiative for the Integration of Regional Infrastructure of South America, IIRSA: Figure 1), and the creation of the Asian Infrastructure Investment Bank illustrate this commitment.

Dois terços do desmatamento na Amazônia e no Cerrado vêm de apenas 2% das fazendas de gado e soja

Ao menos 20% da soja e pelo menos 17% da carne bovina exportadas para a União Europeia podem estar ligados ao desmatamento ilegal, segundo um estudo publicado na revista Science.

Utilizando conjuntos de dados e softwares de alta performance, os pesquisadores analisaram 800 mil propriedades rurais na Amazônia e no Cerrado e detectaram que apenas 2% das propriedades são responsáveis ​​por 62% de todo o desmatamento potencialmente ilegal nos biomas.

Os métodos do estudo têm potencial para aprimorar a rastreabilidade das cadeias produtivas, mostrando que já é possível acompanhar a trajetória de commodities desde áreas desmatadas ilegalmente até consumidores estrangeiros, incentivando a contenção do desmatamento por nações e empresas.

Alta no preço do ouro impulsiona garimpo ilegal na Amazônia

Considerado o principal polo de negociação de ouro ilegal do país, o município de Itaituba (PA) viu sua arrecadação com a produção do metal disparar em 2020. Em sete meses, ela soma quase 50% a mais do que a receita de todo o ano de 2019.

Esse crescimento ocorre em um momento de alta nas cotações internacionais. Para as autoridades, a bonança na arrecadação é sinal de que a elevada demanda por ouro no mercado internacional vem impulsionando ainda mais o garimpo ilegal na região.

Para especialistas, o mercado aquecido pode ampliar as pressões pela formalização de atividades irregulares e pela aprovação do projeto de lei que permite a exploração mineral em terras indígenas, enviado pelo governo Bolsonaro ao Congresso em fevereiro.