Desmatamento na Amazônia é 66% menor em terras indígenas, diz estudo

Garantir a posse da terra às comunidades indígenas da Amazônia pode ser vital para conter o desmatamento na maior floresta tropical do mundo, constataram pesquisadores americanos. Um estudo publicado nesta segunda-feira (10/08) sugere que territórios sobre os quais comunidades indígenas obtiveram plenos direitos de propriedade apresentam taxas bem menores de desmatamento.

O trabalho foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos EUA. Ele corrobora pesquisas anteriores publicadas em 2019 sobre a Amazônia da Colômbia e em 2017 sobre a Amazônia do Peru, que mostraram que a concessão de títulos de propriedade às comunidades indígenas ajudou na preservação florestal.

‘Essa história de que a Amazônia arde em fogo é uma mentira’, diz Bolsonaro

Em meio ao aumento das queimadas na floresta amazônica, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (11) que o Brasil é criticado de maneira injusta e que adota uma política de tolerância zero na área ambiental.

Em discurso durante encontro com presidentes da América do Sul para discutir a preservação do meio ambiente, o brasileiro disse que é mentirosa a crítica de que a floresta amazônica «arde em fogo». Segundo ele, a realidade da região é «bem diferente» do que a imprensa brasileira e governos estrangeiros apresentam.

Dados preliminares do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram, no entanto, que, de agosto de 2019 a julho de 2020, houve um salto de 34% na destruição florestal em comparação com o mesmo período anterior.

Brasil quer reativar organização para recuperar protagonismo internacional na Amazônia

O governo Jair Bolsonaro trabalha para reativar uma organização multilateral que reúne países que possuem território na região da Amazônia numa tentativa de recuperar o protagonismo internacional que foi abandonado desde o início da atual gestão.

A avaliação de interlocutores ouvidos pela Folha é que, ao longo do ano passado, o Brasil perdeu relevância no debate internacional sobre a Amazônia. O espaço foi rapidamente ocupado pela Colômbia do presidente Iván Duque.

Territórios indígenas da Amazônia são cruciais para a conservação

Um novo estudo da Universidade de Helsinque mostra que os territórios indígenas representam cerca de 45% de todas as áreas selvagens remanescentes na Amazônia, compreendendo uma área de três vezes a superfície da Alemanha.

Em um momento em que as florestas amazônicas enfrentam pressões sem precedentes, superar as divergências e alinhar os objetivos dos defensores da natureza e dos povos indígenas é fundamental para evitar maior degradação ambiental.

“Em nosso artigo, mostramos que apoiar os direitos dos povos indígenas é do interesse da agenda de conservação”, diz o Dr. Álvaro Fernández-Llamazares, da Universidade de Helsinque. “O futuro de uma proporção substancial da biodiversidade da Amazônia depende em grande parte de ações coordenadas para apoiar e fortalecer os direitos dos povos indígenas em toda a região.”

Os autores argumentam que a convergência das agendas e prioridades dos conservacionistas e povos indígenas centrados no deserto é mais importante do que nunca, já que alguns governos da região começaram a atropelar os compromissos em relação às metas globalmente acordadas em relação ao meio ambiente e aos povos indígenas. direitos dos povos.

The Amazon, Giver of Life, Unleashes the Pandemic

THE VIRUS SWEPT THROUGH THE REGION like past plagues that have traveled the river with colonizers and corporations.

It spread with the dugout canoes carrying families from town to town, the fishing dinghies with rattling engines, the ferries moving goods for hundreds of miles, packed with passengers sleeping in hammocks, side by side, for days at a time.

The Amazon River is South America’s essential life source, a glittering superhighway that cuts through the continent. It is the central artery in a vast network of tributaries that sustains some 30 million people across eight countries, moving supplies, people and industry deep into forested regions often untouched by road.

But once again, in a painful echo of history, it is also bringing disease.

Pouca terra para muito índio: estudo detecta alta densidade populacional em metade das TIs do Brasil

Nova pesquisa afirma que grandes reservas protegidas legalmente são necessárias para que os povos indígenas mantenham seus meios tradicionais de subsistência.

Os autores ficaram surpresos ao encontrar altas densidades populacionais dentro de quase metade (295) das terras indígenas brasileiras.

Quase um quinto de todos os animais e plantas da Amazônia vive dentro das terras indígenas, que retêm 25,5% de todos os estoques de carbono no Brasil.

Alterar o status de proteção das terras indígenas ou abri-las a atividades econômicas são medidas que afetarão a integridade etnocultural e prejudicarão os compromissos do Brasil com a mitigação das mudanças climáticas e a proteção da biodiversidade.

Por dentro do garimpo ilegal de ouro na Amazônia

Acompanhamos o dia a dia dos empresários e trabalhadores das dragas de ouro no Rio Madeira, em Rondônia. Apesar de ser uma atividade ilegal, a extração funciona abertamente diante da capital Porto Velho.

A atividade ocorre com investimentos em equipamentos caros e mão de obra barata. Cada trabalhador recebe 12% de comissão por turnos que chegam a durar 20 horas seguidas.

Cotação recorde do ouro este ano fez os garimpos ilegais avançarem na Amazônia em plena pandemia, oferecendo fonte de trabalho em meio à crise econômica.

‘Desmatar é acabar com o futuro. Dá lucro a poucos por pouco tempo’, diz Carlos Nobre

Considerado um dos maiores especialistas do mundo na Amazônia e seus efeitos sobre o planeta, o climatologista Carlos Nobre viu nas cartas recentes de fundos de investimentos internacionais e de empresários brasileiros ao governo Bolsonaro cobrando informações sobre a política de proteção à Amazônia um momento histórico de virada.

Autor de uma teoria que prevê o risco de savanização da floresta, ele avalia que a economia entendeu que sem ela não há clima, chuva, agropecuária e nem futuro. O avanço da fronteira agrícola é uma das principais ameaças à Amazônia, mas o cientista demonstra, em entrevista ao GLOBO, que o desmatamento põe em risco o próprio agronegócio exportador, responsável por um quinto do PIB nacional e o único setor que tem resistido às crises econômicas recentes.

Um dos ganhadores do Prêmio Nobel em 2008, quando integrou o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) por seus trabalhos nessa área, Nobre diz que a Amazônia em pé, associada a uma nova indústria, trará riquezas muito maiores que a gerada por sua destruição.

Em plena pandemia, extração de ouro aumenta na Amazônia

Estudo revela que 29 toneladas de ouro foram extraídas no Brasil apenas nos quatro primeiros meses de 2020.

Com a alta na cotação do ouro, o valor das exportações cresceu 15% em relação a 2019 e ultrapassou a marca de US$ 1,2 bilhão.

Quatro dos dez municípios com maior volume de extração de ouro ficam na Amazônia, dominados por grandes multinacionais e donos de garimpo de larga escala.

Esses municípios, localizados no Pará, Maranhão, Amapá e Mato Grosso, colecionam conflitos socioambientais com povos indígenas e comunidades tradicionais.

Nióbio de tolo: Sem esperança em mineração, índios da maior jazida do minério do mundo sonham com turismo e reclamam de estrada

No mapa, São Gabriel da Cachoeira (AM), a 2h20 de voo de Manaus, é um ponto verde na floresta amazônica. Para quem vive na região, trata-se do epicentro de um município de tamanho comparável à Inglaterra, onde habitam 23 povos indígenas. A algumas dezenas de quilômetros da cidade, está o maior depósito mundial de nióbio, o mineral que se tornou uma obsessão para o presidente Jair Bolsonaro e para a extrema direita brasileira.

São 2,9 bilhões de toneladas no subsolo, nunca explorados. Sobre a jazida, montanhas, formações rochosas de diversos formatos, orquídeas e lagoas de diferentes cores formam uma das regiões mais singulares da Amazônia, distante da infinita planície verde associada à região.