Financiamento chinês e de instituições ocidentais a estradas e barragens causa grande desmatamento na Amazônia Andina
Instituições Financeiras de Desenvolvimento Internacional investiram pesado em projetos de infraestrutura de grande porte que causaram desmatamento no Corredor Andes-Amazônia, em especial no Equador, Peru e Bolívia, entre os anos 2000 e 2015, segundo uma pesquisa recente publicada pelo Centro de Políticas de Desenvolvimento Global da Boston University.
Com o uso de dados de satélite, a pesquisa analisou 84 grandes projetos de grande infraestrutura e determinaram que a área ao redor desses projetos sofreu perda de cobertura vegetal em quantidade quatro vezes maior que a média, se comparada com áreas onde não existem tais projetos nos países supracitados. Essa é uma perda de sequestro de carbono equivalente à emissão anual de CO2 da Colômbia, Chile e Equador juntos.
Os projetos de infraestrutura representam, hoje, 60% de toda a emissão global de gases do efeito estufa, mas ainda assim as Instituições Financeiras de Desenvolvimento Internacional querem aumentar os empréstimos de milhões para trilhões a fim de atender a demanda global. Isso colocaria em perigo as metas nacionais do Acordo do Clima de Paris (que, em países como o Brasil, estão ligadas à prevenção do desmatamento), e poderia contribuir para níveis catastróficos de emissão de carbono no mundo.