Com alta do ouro, garimpeiros ameaçam área indígena em fronteira intocada da Amazônia

UM TERRITÓRIO ISOLADO no extremo norte do Brasil, onde há uma base do Exército e só é possível chegar de avião fretado. Mesmo ali, na terra indígena Tumucumaque, no Pará, o garimpo já é uma ameaça. A área de mineração ilegal, que explora ouro, foi descoberta há algumas semanas no Suriname e está levando pânico a uma comunidade acostumada a acompanhar à distância o avanço dos crimes ambientais em outras partes do Brasil.

“A gente acreditava que não chegaria aqui e estamos vendo que está chegando e que está afetando os parentes tanto aqui do Brasil quando do Suriname. Estão fazendo garimpo, e a gente acredita que é ilegal, porque o rio está sujo e o pessoal está armado, estão se escondendo e agora eles têm trazido quadriciclos e motosserras”, me disse Mitore Cristiana Tiriyó Kaxuyana. Ela mora na missão Tiriyó, maior aldeia da terra indígena, com 3 milhões de hectares ocupados por cerca de 1.700 pessoas das etnias tiriyó, katxuyana e txikyana.